Moradores de Roraima estão entre os mais conservadores nos investimentos no Brasil
No estado, a renda fixa cresceu 37% e concentra 66% do portfólio de investimentos. Levantamento do Santander Brasil apresenta o perfil do investidor no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período de 2022.
Levantamento realizado pelo Santander Brasil aponta que os moradores de Roraima estão entre os mais conservadores entre os brasileiros na hora de investir. A renda fixa (CDBs e letras) corresponde a 66% da carteira total do Banco no estado e só é inferior, percentualmente, a Tocantins (72%). O estudo compara os investimentos realizados pelos clientes do Santander entre janeiro e junho de 2023 ante o mesmo período do ano passado.
Essa tendência foi impulsionada ainda mais com o crescimento da própria renda fixa, que alcançou 37% no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período de 2022. Em contrapartida, a renda variável caiu em 46%, terceira pior queda no país, atrás de Sergipe (78%) e Amapá (69%).
Essa característica mais conservadora é reforçada quando se observa ainda a relação dos roraimenses com a caderneta de poupança, considerada o investimento preferido dos brasileiros. Nesse segmento, houve um crescimento no estado de 12%, no período avaliado pelo Santander, e Roraima também é o segundo maior estado, percentualmente, entre os investidores que preferem recorrer à poupança – participa com 28,8% do total, atrás do Acre (42,5%).
Perfil nacional
No cenário nacional, mesmo com a taxa de juros permanecendo inalterada em 13,75% por um longo período no Brasil, investimentos ultraconservadores perderam espaço na carteira dos aplicadores neste primeiro semestre do ano. Levantamento realizado pelo Santander Brasil mostra que títulos públicos, fundos DI e até a poupança cederam espaço para opções como Certificados de Depósitos Bancários (CDBs), Letras de Crédito Imobiliário (LCIs), Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) e as Letras Imobiliárias Garantidas (LIGs).
A renda fixa – que engloba CDBs, LCI, LCA e LIGs – foi a categoria que mais cresceu no período nacionalmente: 17%, saltando de 32% do total da carteira dos investidores no primeiro semestre de 2022 para 37,5% de janeiro a junho de 2023.
Outra categoria que também registrou crescimento no período foram os Certificados de Operações Estruturadas (COEs), que avançaram 28% em 12 meses, ainda que sua representatividade seja bem menor que a da renda fixa: 5% do portfólio ao fim de junho deste ano.
“Os dados revelam maturidade dos investidores dispostos a correr um pouco mais de risco – além de uma menor liquidez – em troca de maiores retornos. Tudo isso sem renunciar à segurança oferecida pela Selic ainda em patamares bastante altos”, afirma Leonardo Siqueira, head de Investimentos do Santander Brasil.
Os outros investimentos mais conservadores como o Tesouro Direto e fundos de renda fixa, incluindo os fundos DI, ficaram menos atrativos aos olhos dos investidores: os aportes recuaram 2% e 14%, respectivamente.
Outras categorias que também registraram queda nos aportes foram os fundos multimercados, crédito privado e cambiais, que passaram de 9,15% para 6,36% do total do portfólio; fundos de renda variável, que recuaram de 2,06% para 1,26% do total; previdência, de 33,2% para 32,41%; além dos ativos de crédito privado de 1,29% para 1,02%; e ações, ETFs e fundos imobiliários, cuja participação na carteira caiu de 4,12% para 3,45%.
Até a caderneta de poupança, considerada o investimento preferido dos brasileiros, perdeu espaço nacionalmente, passando de 20,94% do total do portfólio em junho de 2022 para 19,72% em junho deste ano.